Os taoistas advertem a importância de durante a vida de se investir na perca, porque a vida é um processo de perca gradual e de transformação a vários níveis.
Este princípio é talvez aquele que para mim define o inverno: um processo de reestruturação e aceitação. Existem modelos que acreditamos durante toda a vida e que afinal agora estão desatualizados e não fazem sentido no contexto atual em que cada um pessoalmente vive.
E é altura de os permitir partir.
Quem já deixou de acreditar no Pai Natal sabe o que estou a falar. Não me refiro ao contexto em si, mas à sensação de ter algo como certo que se desvanece de um momento para o outro.
Quando se vive como nós vivemos, numa aldeia rodeada maioritariamente por natureza, não existe aquela história de que as estações já não são o que eram e que só já existem duas.
Vemos as folhas a cair no outono, o frio e a escuridão, a instalarem-se à medida que o fim do ano se aproxima, assim como os primeiros rebentos a despontar na primavera e uma qualidade mais densa no ar no verão.
Sem falar das árvores de fruto que vão mudando num desfile anual glorioso.
Compreenda-se que as estações não têm que provar nada a ninguém; estão aqui para quem as quer observar com as características mais subtis ou mais marcadas de cada uma.
Acredita-se que em Medicina Chinesa que o inverno começa em estações diferentes – para cada um de nós. Começa com a sensação de algo que vai diretamente ao nosso centro vital – como a água gelada que penetra pela terra adentro – como refere o Imperador Amarelo no capítulo II.
No outono a sensação é semelhante, mas é mais uma observação de que o movimento sazonal está a abrandar e que é tempo de ir para casa organizar e preparar o espaço onde habitamos, rotinas e os afazeres. No inverno esta sensação é mais profunda e auxilia a posicionar e a informar onde a energia vital da estação se encontra neste momento.
No outono o convite é para organizar a casa externa e no inverno a casa interna.
No outono é a clareza que se obtém com esta organização que abre a porta para que a mente possa ficar também mais clara no inverno. Para que possa ir em profundidade com menos impedimentos externos possíveis.
Hoje o nosso inverno começou, com um artigo publicado na revista Simplify, escrito por uma mulher na sua última semana de vida e que eu recomendo se desejarem apanhar a autoestrada para a estação que se avizinha.
Ou guardar caso esta estação tarde em chegar.
Para mim escrever mais e tornar este artigo mais longo seria estar a ser redundante.
Versão original e traduzida para português pelo google translate.
Boas práticas.