Cada vez que um acrobata pisa o arame, para caminhar sobre ele, encontra desafios diferentes da última vez que o percorreu.
O arame pode ser o mesmo, mas todos os dias apresenta diferenças nas necessidades de manter o equilíbrio.
É o reconhecimento destas diferenças e a capacidade de adaptação a cada momento, que mantêm quem nele caminha livre de acidentes maiores.
Dar o primeiro passo no arame, é semelhante ao acto de todas as manhãs levantar-se da cama.
Pisar o chão, pode ser visto como o primeiro passo do acrobata no arame – todos os dias é diferente.
Quão diferente? Vai variar, segundo a sua capacidade de adaptação à mudança e ao imprevisto.
Para que tudo esteja bem e controlado, a tendência pode em procurar receitas.
Receitas de como andar no arame – sem cair.
Por nunca terem oferecido fórmulas, nem ideias fixas para quem os pratica, o Chi Kung, o Yoga ou a Meditação ainda hoje estão presentes na história da humanidade.
As artes tradicionais tem este princípio – ajudar a quem as abraça, a compreender e viver a mudança – não a evita-la.
Assentam no princípio que cada dia é diferente e não na procura da fórmula ideal que um dia encontrada, vai sempre funcionar – para toda a vida e às vezes para além dela.
Se tivermos em conta que as receitas mágicas para a vida, retiram também a magia da descoberta da nossa existência. Então, isso leva a que todos os dias exista a possibilidade real de escolha – assim que o novo dia começa – no momento em que abrimos os olhos e tocamos o chão.
Ai, pode sempre escolher em viver a fórmula que foi criada e destinada a servir quem a inventou ou destinar-se a inventar e criar a sua própria fórmula.
Sim, andar no arame é assustador, mas já experimentou? Pelo menos até deixar de cair e aprender a levantar-se?
Boas práticas.